terça-feira, 31 de março de 2009

...

Chorar...que lágrimas verter, por quê ou por quem? Que tristeza é esta que não me permite chorar, que me impede de viver e mergulhar naquilo que mais quero? Mas...saberei o quero? Poderei afirmar, com toda a certeza, toda a força do meu ser que sei, realmente, sem sombra de dúvida, o que quero para mim, o que quero receber e dar ao mundo, a algo ou a alguém? Arrisco dizer que não...
Saberei um dia? Talvez...talvez não...

terça-feira, 17 de março de 2009

...

Dizem que depois da tempestade vem a bonança. Se tal é verídico é lá que se encontra o meu espírito, o meu corpo, a minha voz... Alma eternamente inquieta, mente temporariamente tranquila. É um estado de meio termo que nos faz olhar para trás enquanto damos o passo em frente. Caminhamos por entre ruelas estreitas, estradas escuras, sempre temendo por um pé em falso e perceber que optámos pelo desvio errado. Certo é aquele em que me encontro, aquele que procuro percorrer sem olhar para trás, para os escombros de quem fui, tentanto construir o que há de novo... algo que não procurei mas que, ao deparar-se na frente dos meus olhos, agarrei com tudo o que tinha porque é aqui, esta ruela, esta estrada escura que não me importo de percorrer de olhos vendados... é certo... é real...

quarta-feira, 4 de março de 2009

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

...

Qual será o nosso propósito neste mundo? Viver...mas viver que vida, o quê, quando, de que maneira?! Todos os dias acordamos em roupas que já conhecemos, no mesmo local de sempre, com a luz de sempre, com os cheiros de sempre, com a mesma tristeza... até que, um dia, percebemos que, de facto, as coisas podem piorar. Estranho, como esquecemos aquilo que tivémos de bom, muito ou pouco, e nos agarramos àquela coisa má, que nem sempre percebemos de onde veio, nem porque assim aconteceu. E eis que, nesse preciso momento, nesse segundo, tudo cai à nossa volta. Podemos tentar erguer-nos, colocar os dois pés no chão e fazer força para nos colocarmos de pé que... sem explicação aparente, apenas caímos com mais força, como se algo nos puxasse para baixo, para o fundo, para aquele lugar escuro.
Para onde quer que me volte, para onde quer que jogue a mão para alcançar algo a que me agarrar, mais fundo desço, mais apertado sinto o meu coração, mais tristeza, mais mágoa, mais culpa... Há algo de errado, não percebo... Quanto melhor parecem as coisas, mais negras se tornam no dia seguinte. Há mesmo algo de errado, não consigo perceber...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

...

Emergir das cinzas... dizem que era o que fazia a tão conhecida Fénix. Será possível ir fundo, tão fundo, morrer, e ainda assim emergir renovada, sem marcas, sem sinais daquilo que passou...? Diz-se que aquilo que não nos mata torna-nos mais fortes, crescemos, aprendemos com os nossos erros. Será? Penso que apenas evitamos passar pelas mesmas situações, desviamo-nos dos obstáculos com que chocámos antes, com medo de cair nas mesmas asneiras, de magoar e de sermos magoados, de olhar nos olhos de alguém e ver tristeza provocada por nós. Medo... agimos em função do que sentimos, do que nos faz andar para a frente e, ao mesmo tempo, dar passos para trás. Não compreendo o que me move, o que me afecta, o que me faz chorar, o que me obriga a sentar a um canto, no silêncio...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

...

O futuro. Como nos atrevemos nós a prever o futuro? Que espécie de pretensão é esta, que nos leva a dar como prometidas acções que depois, mais tarde, nesse falso futuro, quebramos? Que egoísmo, que falsidade, que injustiça, que crueldade, que tristeza... infelicidade...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

...

E se, por um dia, nos fosse dada a capacidade de mudar alguma coisa a nosso respeito? Mudaria eu aquilo que sou, aquilo que aparento ser, aquilo que me compõe, no bom e no mau, aquilo em que me torno perante determinadas circunstâncias...? Não sei. Nunca saberei. Mas não terei eu já essa possibilidade, essa capacidade? Tenho e nada faço. Talvez porque não quero fazê-lo, porque não desejo agarrar essa realidade e ver-me forçada a mudar. Sair deste lugar, entrar num mundo completamente diferente daquele que conheço, sorrir quando é suposto, revoltar-me porque é necessário, apoiar quando não posso, ser feliz quando não consigo... vivo neste escuro casulo, para sempre nele deitada...